segunda-feira, março 26, 2007

Divagando


Olhando para a minha triste poesia, esboço um enternecido sorriso, por todas as mágoas vividas, com certeza que serão palavras repetidas, pois a vida é feita desta inconstância de sentimentos, ora alegres, ora tristes, onde permanece o sorriso e a mágoa.
Por vezes encontro-me perdida no meu próprio pensamento, numa realidade em que o sentir se sobrepõe a acção mecânica do agir.
Sentindo dicotomias adversas no espaço mental, que habita num universo emergente havendo necessidade de explorar uma nova direcção viável ao conhecimento.
Termos descomplexados surgem em cada linha desta criação um pouco vaga, talvez inconsciente, são palavras sem expressão.
O vício de ter alguém que nos acompanhe neste fado solitário, somos um ser uno, termos quem nos acompanhe, no entanto, culminam vozes interiores que se propagam em nós mesmos.
Ter um desejo desconhecido, remanescente à minha própria identidade.
Esperando por ti…


segunda-feira, março 19, 2007

Sozinha


A cada instante em que o sol mergulhava naquelas águas gélidas, o meu sorriso emurchecia, enquanto aguardava por uma imagem ausente.
O rubor provocado pela queimadura que me implantaste no lado mais frágil da minha existência, resfriando o calor que outrora me fizeras sentir.
O declínio das palavras que empregaste em mim, não se moldam mais, corromperam-se, tal como as tuas falsas vindas até mim.
Digitalizar o caos mental, que se propicia a cada palavra, sem fervor, inerte, sopro escasso, submersa em memórias que me transportam ao desvigoro da fantasia.
Antevisão de acontecimentos que não se recriam, abafam-se num breve devaneio.





quinta-feira, março 15, 2007

MAYDAY



Em ruptura de vida, de pensamento, um pedido de socorro, o próprio que se afoga no que não constrói.
O sentir que não se conjuga à sua imagem, o deambular entre rostos conhecidos, e não conhecer ninguém.
O riso esforçado, as palavras de alegria que atenuam a dor que sente, daquilo que não sente.

A mediocridade daqueles que aguardam por um esforço em vão, o semblante mesquinho, prepotente, que surge na fraqueza do seu meio.
Ter um momento fugaz, a procura de um consolo que não reside naquele que queremos que nos console.
Gostar da ignorância dos sentimentos.

A carência, e a solidão que jaz em cada partícula do meu refugio, torna-me vulnerável, escasseando a vontade de buscar-te.
Cansada de esperar por ti…



quarta-feira, março 07, 2007

Metástase


Sentimentos em estádio de latência ressurgem num corpo ileso, desumanizado pela carência de amor.
Coração neoplásico, disseminando metástases pela seiva que me alimenta, conduzido à mortificação do meu corpo.
Invadida por aparências superficiais onde predomina a ignorância de um sorriso sincero.
Fragmentação de actos compulsivamente físicos, chocando numa matéria platónica.
Ser solitário, imune aos rancores que percorrem de forma latejante em consciências virtuais.
Irradiada pela tua luz, aguardando pela cura da minha individualidade.

sexta-feira, março 02, 2007

Simplicidade


No silêncio do teu aconchego, surge-me o sentimento que me apraz o coração, o desejar do toque do teu corpo no meu.
Adormecer sob o embalo das tuas palavras inaudíveis.
Acordar, olhar no teu rosto, retendo a expressão que me acompanha quando permaneces ausente.
Gostava que me fizesses feliz.