terça-feira, dezembro 19, 2006

Breathe


Um apego mundano sem distinção, olhar sóbrio que recai num corpo lesado em estado de erupção.
Os gemidos surdos que repousam numa manta álgida, e nela se soltam, provocando lamúrias de alucinação.
Os espasmos oscilam em ápices de alienação, que surgem do íntimo de um ser por desbravar, com ânsia de saciar algo que ainda não o consumiu.
Bocas enlaçadas desfragmentam-se no ondular de seivas de espuma amarga.
No término do momento em que o inconsciente desperta, vislumbra-se a meiguice de uma expressão que se mantêm na fragilidade desta existência.

2 comentários:

aka D disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
aka D disse...

Não posso deixar que te leve
O castigo da ausência,
Vou ficar a esperar
E vais ver-me lutar
Para que esse mar não nos vença.
Não posso pensar que esta noite
Adormeço sozinho,
Vou ficar a escrever,
E talvez vá vencer
O teu longo caminho.
Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.
Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio
Contigo eu venço
Num beijo assim.

Não posso deixar de sentir-te
Na memória das mãos,
Vou ficar a despir-te,
E talvez ouça rir-te
Nas paredes, no chão.
Não posso mentir que as lágrimas
São saudades do beijo,
Vou ficar mais despido
Que um corpo vencido,
Perdido em desejo.
"ui, ui..."