A arte que derrama as alegorias que a nós estão inerentes, é uma carimbo da nossa transcendência. A estética diz-nos que a arte é uma mimesis da natureza, sem ela, esta não existiria. Consumimos a arte como revelação de nós próprios, na essência que se assume na nossa identidade, e fazemos dela, objecto de prazer visual.
A sociedade actual é um rol de vivências, onde a dissipação se figura no presente. Os valores que se incutiam no passado, não se transmitem às gerações vindouras, criando-se uma linhagem que se distancia dos seus antepassados.
A arte efémera revela-se de imediato no processo que vigora e enfatiza as circunstâncias correntes.
O rasto que deixamos, ou jaz na terra de onde surtimos, ou simplesmente se evapora sem deixar um laivo da nossa existência.
Despidos num bar de origens promiscuas avultadas, o regresso ao passado de conquistas inglórias povoava aquele espaço. O resvalar dos olhares, a bebida quente, a conversa mantinha-se. O acrescer que se emergia na vontade do toque retorquiu. O mad man desapareceu, restou a música, e a companhia que destilava sobre a cidade luz.
Sois vós que me trazeis a aurora? O amor latente, que reside encalhado no âmago entristecido? Ora se as palavras conduzissem até vós um breve suspiro meu, O vazio pungente, o surto da loucura esvai nas mãos de Julieta.
Canta Calimero, que o povo rompe-se na sofreguidão, almejando a cegueira derramada. Surtos esporrados despojam os corpos enfraquecidos. Onde está a nossa seiva? Obscurecidos pela triangulação, adormecidos pela consternação Mendiguemos pela luz que não ofusca. A esquadria não faz a mestria. A razão é soberana.