domingo, novembro 23, 2008

Nude




Sucumbi-me no tempo, o meu corpo estagnou,

a mente que dispara sobre o mal que se embebeda no surto da loucura.

Ligações desviadas, transições mal interpretadas, o riso gélido e sulfuroso.

Caio na mágoa do esquecimento,

sinto-me a discernir sobre o que é, e o que não é.

Estou a pregar fora do meu tempo.

Movimentos que me impulsionam ao auge da demência,

o frenesim do meu ser, a sombra que se desenha no escuro,

a fumaça ténue que se desvanece em mim.

O desejo, o desejo, o desejo, ai, é tão bom sentir o desejo,

que percorre nas nossas mentes tão medíocres, e desprovidas do não sentir.

Inviolável é o meu desejo.



3 comentários:

L disse...

A prece, o desejo, solitário, satizfeito por um Devasso.

Esse, o Devasso, que nada fez que nao gostar de ti;
- Tece, transparecendo desespero;
- Escreve; soando a apaixonado e empenhado;
- Sonha, como nem um insensato, que, um dia, o desejo seja satisfeito e ele esqueça que pecou, esqueça o que passou e esqueça que perdeu.

O tempo fugiu. A loucura excedeu.
E ele conseguiu provar-se;
e ele conseguiu amar-se;
e ele conseguiu amor.

Humberto disse...

se tivesse de descrever este post acho que seria um "remoinho de sentimentos". Eu retiro a vírgula da última frase no meu caso..

... disse...

Tens uma força muito grande nas palavras. A dureza das letras contrasta com a graciosidade simples do que realmente corre entre dois seres humanos.

Parabéns pelo blog, e ainda mais por este Post..é de facto muito acertivo.

Gostei. Mais uma vez, parabéns.