terça-feira, fevereiro 27, 2007

Adormecida


Adormecida na esfera da escuridão, percorro sobre caminhos fumegantes, levitando em redor da sua transparência, ao encontro da minha musa noctívaga.
Exalando pela sua inocência feminina, recuo perante a sua beleza angelical.
Fria e distante, ali se entrega ao prazer de uma adoração carnal.
Produzindo mucos lascivos a visão de um corpo dançante.
A sua volta, figuras estranhas assemelham-se a sua imagem.
Avançando para ela, olhou-me com desprezo, e suspirou seu bafo de fel, afastando a sua pose de mulher diabo.
Num toque fugitivo sobre o meu dorso, apertando seus lábios, emerge-lhe uma vontade de saciar-se desta carne aveludada que ladeia a minha boca...
Entregando-se aos desejos íntimos da sua carne.



terça-feira, fevereiro 20, 2007

Carnaval Bacanal


Bocas entreabertas, escorrendo o suco da libido, órgãos palpitantes, mãos desejosas que percorrem os corpos suados que deslizam entre as peles mais húmidas e veludas.
Os sorrisos que encarnam o manifesto de sentir o prazer de forma mais volúvel, intensamente, no meio das luzes que disparam sobre as sombras quentes.
A gata negra rosnou, a sua dança inicia-se, deu-se o início da orgia, tanta fome de sexo, olhares a busca de outros, a aguardar algo que os consuma.
A música que acompanhava o resvalo intenso, a cada suspiro, um apego mais forte, o agarro sobre as carnes vestidas, carecidas de pudor.
As máscaras, não escondiam o desejo da entrega a corpos desconhecidos, a necessidade de sentir o quente prevalecia...
O disparar d prazer...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Tu


Um beijo roubado que suspirava pelo toque dos teus lábios nos meus, o deleite da tua existência amenizou este olhar que em noites solitárias se perdia no vago de meras ilusões, que na tua presença tomou o meu espaço no teu.
Tenho o teu cheiro a cada abandono teu, deixas-me adormecida sobe o teu reconforto, e sinto-me só quando me deixas.
As utopias de sentimentos que me envolvem, os ciúmes que se revelam quando figuras femininas inoportunamente fragilizam o teu mundo.
Querem amordaçar-te nas suas vidas medíocres, plagiando sentimentos que não lhes pertencem.
Tenho problemas de expressão, porque não digo o que sinto, e quando o digo, para ti é uma quimera.
Sinto que simplesmente gosto de ti!





"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente. " Fernando Pessoa



Autor da Imagem: Graça Loureiro, em Olhares.com

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Perdida


Perdida nas carnes sobrepostas, sem o fluido que as agregue em corpúsculos que toma o meu corpo.
Derramando o suor frio provocado pela ausência de ardor que insensibiliza este pedaço de matéria inanimada.
Gemidos contidos, abafados pelo ranger de uma actividade promíscua.
Constituindo acções que consolidam num acto que desperta sentidos imaturos.

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Sentir, calor, paixão, amor...que belas palavras, mas que não me trazem consolo, não sei o que elas representam em alma, a sua simbologia determina sentimentos ousados que não se hospedam neste espaço por alugar.
Lágrimas que escorrem desesperadas, porque não encontram o leito onde possam desaguarem.
Vazio, é o que me define, o sorriso roubado, a escrita que permanece obscura, o grito que se quer soltar.
Quero viver, sair desta agonia, não quero ouvir, falar, quero rir de novo, ser eu, ser quem conheces, o dito sorriso que contagia, liberta-me, deixa-me ser eu....
Preciso de dançar, beber o suco que me alucina, sentir o que não senti.


Love can be like bondage, seduce me once again